Uma
vez conheci um criador de Pastores Alemães escrupuloso. Aconteceu-me
mesmo. Ele explicou-me algo muito esclarecedor. Existem duas
linhagens de Pastores Alemães, uma de trabalho e outra de companhia.
Na primeira incluem-se cães extremamente agressivos e pouco
sociáveis que só obedecem a um líder. Na outra estão os animais
meigos e de bom carácter. Ao contrário deste senhor, que só vende
a linhagem de trabalho para a GNR e reserva a linhagem de companhia
para os civis, os outros criadores da raça misturam as duas
linhagens e vendem-nas indiscriminadamente.
Adoro
um bom Pastor Alemão, aquele cão simpático, ternurento e
inteligente que se torna meu amigo à segunda visita e que passa a
confiar em mim para a vida toda.
Por
outro lado a minha maior cicatriz foi provocada pelos caninos de um
Pastor Alemão altamente agressivo.
Esse
episódio marcante não alterou a minha simpatia incondicional pelos
Pastores Alemães. Pelos bons Pastores Alemães. Mesmo que seja uma
minoria à relação à outra a tipologia da linhagem de companhia
faz com que esta raça seja uma das minhas preferidas.
Gosto
de me lembrar desta história sempre que sou mordida por algum humano
maldoso ou quando encontro alguém com um medo excessivo de conhecer
pessoas.