Devia ter tocado uma campainha daquela vez em que falaste em "indiferença" ou terá soado mas eu não quis ouvir. Acontece que fui ganhando uma espécie de defesa, uma imunidade à tal "indiferença" de que falavas e de certa forma deixei de poder ser atingida por ela. Como se de uma verdadeira vacina se tratasse. Mas algo, não sei bem o quê, fez tornar-se claro que era urgente a "desvacinação", uma forma de me desproteger e poder sentir o impacto concreto da lesão sofrida. Não há outra forma de minimizar os estragos e poder reconstruir o que ficou condenado a ruínas.
Por isso tratei de encontrar o antídoto da vacina, coisa inédita. Não é muito eficaz. Vem cheio de contra-indicações. Tem um sabor indefinido mas não encontrei, ainda, melhor remédio.