Margarida, mulher pura
Tudo tem bem controlado,
Com os horários é dura.
Seu marido é bem mandado.
Em casa vive-se a rotina
Que ela tem estipulado.
Margarida não imagina,
O homem anda angustiado.
Tem tudo o que sempre quis
Carreira, casa e marido.
E mesmo que ele ande infeliz,
Porta-se bem, é um querido.
Cada quatro meses se repete
Uma noite de mais calor
Margarida faz o frete:
Abre as pernas sem amor.
Assim com papas e bolos
E sexo em rara ocasião,
Se vão enganando os tolos
Que se aliviam à mão.
Os meses e os anos passando
Para o casal bem comportado
Na mesma cama vão sonhando,
Cada um para seu lado.