segunda-feira, 12 de maio de 2014

GATARRÃO



Um gatarrão barrigudo
lindíssimo, de raça pura
delicada estirpe, só doçura,
não sai de casa, no centro
e quando sai fica lá dentro.
Olha para mim, sisudo
de olhar azul e magoado
um olho triste, outro zangado.
O gato de quem não desgrudo.
Oiço a linha da boca calada,
o seu disfarce de veludo.
Vejo, não é p’ra mim que olha,
tão apetecível, sobretudo,
minha pele não retalha,
não é a mim que vê, contudo!

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