Chegou-me de forma recambolesca o mais original convite de casamento.
Nele uma voz feminina jura ter encontrado o seu melhor e eterno par.
Fiquei perplexa e inquieta sem saber identificar a ideal combinação de personalidades. Mas então percebi que aqueles dois anónimos noivos poderiam ser todos os noivos e nenhum em particular. Seria o próprio Amor (vestido de mulher) que casava consigo mesmo (trajado de homem).
Fico assim ansiosa por conhecer os rostos que lhe serão emprestados para celebrar tão simbólica e derradeira união.
Felizmente que a data e hora da ocasião esplêndida é dos poucos pormenores exibidos na enternecedora missiva.
Resta-me apenas a dúvida, por não ter também destinatário nem carta nem sobrescrito, se este tesouro que agora me alcança é extensível ao geral da população humana. Ou se por ventura, serei uma convidada de privilégio por pertencer àquela predestinada casta dos que nele acreditam.
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