Quantos
eram?
Onde
moram?
Ao fim
desta longa meia-vida
vivem
ainda na mesma casa?
Quantos
me conhecem
se
lhes bater à porta?
Amigos,
não há amigos
sem
dia-a-dias de partilhas,
mesa,
desgostos,
cinemas,
noites
mal
dormidas, desesperadas
possibilidades
amorosas,
luto,
luta,
ressacas
melancólicas,
nem
amantes há sem cama.
O que
resta por fim
da
câmpanula protectora,
desse
ar aquecido e suave
que
nos contaminava?
Quantos
átomos desse oxigénio
carrego
para sempre?
Era
real.
Como
tudo o que existe e nasce,
longe
da fonte, gasta-se,
dispersando-se
pelo
vazio.
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