Na
calçada da Memória
durmo
uma
noite
tranquila.
Sonho
com música de Mozart
e logo
estoira o trovão.
Rebenta
a
cúpula da igreja
chamada
do mesmo nome.
O medo
ladra por todos os cães.
A chuva
cai furiosa.
Os
carros fazem coro de alarmes.
E eu
espero que o tecto caia.
Que o
tecto não caia.
Que o
tecto caia, meus Deus,
que não
caia
que não
caia
e não
cai.
Só a
cúpula da Igreja aterra nos
automóveis estacionados
e
passados cinco anos
está
pronta.
O
pára-raios demora
apenas
um dia
para
ser
operacional.