sexta-feira, 13 de junho de 2014

SINE DIE

Há aqueles amores que são como comida que se prepara, tempera e coloca no frigorífico de manhã até à  noite para tomar o sabor dos condimentos. Depois a hora de jantar chega e um imprevisto inadiável surge. Deita-se mais um pouco de vinagre, limão ou vinho e permite-se que marine mais uma noite, na esperança de que no dia seguinte tudo esteja ainda mais saboroso. Quando surge o momento da refeição os alimentos estão no ponto. Mas eis que novo acontecimento impede a confecção do pitéu. E mais uma vez se reforça o tempero. Por fim, chegada altura certa, coloca-se no lume e sente-se o cheiro do ácido que acabou de azedar.

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