A
mulher, manhã cedo se levanta
Carregando
o seu filho, a sua dor.
A
saudade é rija, a vontade é tanta
Que
vai vencer o sonho e vender amor.
E
mente, desmente, cala, contradiz.
Beija
a paixão como quem chão encera.
Mas
apenas finge amor p’ra ser feliz,
Tem no
coração mentira sincera.
Pelo
dia fora constrói a luta,
Vomita
um sorriso só, na sarjeta.
Mexe
no pó, corre, canta e labuta.
Queima
as asas a doida borboleta.
Ao
sair da noite chamam-lhe puta,
mas
traz ao peito um coração poeta.
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