Se caio de quatro
faço um poema penso-rápido
e com a parte macia protejo
os joelhos.
Se caio de cabeça
faço um poema opiáceo,
com ele inundo de sonho
o fluxo das veias
e esqueço as dores do mundo.
Se caio com o corpo
em cheio na tua lança
e, não te enganes,
ela trespassa,
faço um poema caixão
onde enterro
os lamentos do fundo
com terra,
lama
e água fria,
não há alívio.
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