Olho a página em branco. Não posso deixar passar as palavras. Tapo a boca com determinação e força. Mas as mãos são pequenas e, embora a boca não seja grande, as palavras esgueiram-se como enguias escorregadias, pelos espaços entre os dedos. Caiem no branco da folha criando uma mancha de tinta que tento não decifrar. Conspiram contra mim. Têm uma mensagem e querem alcançar o seu destino. Baniram do seu grupo a palavra "orgulho" e o seu líder parece ser a "determinação".
Utilizo agora o meu discurso racional para as convencer a voltar atrás. Não posso deixar passar as palavras.
Não ouvem. Não querem saber. Só pensam na viagem. Têm pressa. Têm muita pressa. Não vão esperar.
Não ouvem. Não querem saber. Só pensam na viagem. Têm pressa. Têm muita pressa. Não vão esperar.
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