sexta-feira, 7 de setembro de 2018

LUGAR COMUM


Atlas de Nichols Kalmakoff




No poço lodoso
um entulho de palavras pedras
aterra num estardalhaço
uma anunciação
no fundo não chega luz
nada se plantará que cresça
um silêncio fecundado é o ar
que nos falta
não se fará um poema
sobre esterilidade
mãos abrindo
um túnel para o tempo
do posfácio
braços não sobram
para despedidas
mãos a ouvir
nunca houve

O plano inquinado
é o que conduz o corpo
à queda
numa aceleração viciada



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