Profonde Pensée, de Camille Claudel |
Mulher (i)móvel
tábua rasa
pronta a usar
onde repousa
a mulher miniatura
sentadas duas
criaturas excêntricas
fora de esquadria
numa dupla aliança
esperam ordens
superiores do verdugo
que as manipula
Mulher aparador
onde circula conversa
de volta à partida
ponto por pequeno ponto
no nome
da mulher abreviatura
pousam nelas
metálicas avionetas
e o berlinde abafador
brinquedos do verdugo
que lhes há-de infligir
um iníquo silêncio
Mulher estatueta
o contrário da fotografia
na poltrona em frente
uma bacante em delírio
desafiadora
da mulher fotocópia
duas presas no cativeiro
de incapacidade
fruto do ventre
um tição
esse verdugo
que as irá despejar
despidas
na torrente
qual pluma ao vento
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