Encontro no Espaço, Edvard Munch |
quando te oferecer
uma carta
desconfia
fica alerta
estarei bêbada certamente
caída em vão de escada
possuída por algum
alienígena transviado
tu não és recebedor de banalidades
rodriguinhos delico-doces
merdas para abafar a melancolia
distrações
palavras mascadas
entre dentes
na boca de mil povos
extintos ou contemporâneos
as tagarelices e tretas do costume
mosto da solidão
fermentada
fruto do esforço
da marcha parada
de muitos pés
apenas te darei
um ou outro
poema de raiva
poema de vingança
bofetão metafórico
(aguenta aguenta)
ou alguma daquelas cambalhotas
monumentais
das que me arrancam
lágrimas de alegria profunda
e gargalhadas
palavras p'ra quê?
e tudo por dizer
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