quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Os nossos dias




Mal se acorda de manhã,
depois de uma noite inteira de espera,
o dia espreita.


O dia que despeja
a sua tristeza líquida
contaminando-nos de mágoa;
o dia que suga os fluídos
do corpo até à exaustão;
o dia anónimo que mal se sente,
o dia de sorte, demasiado breve,
espumando-se no tempo;
o dia de azar, que mostra o dedo
matraqueando a tecla
obsessiva de um piano;
o dia sorrateiro que nos mata.

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