Lembram-se daquela anedota
que começa assim: " sabem como era aquilo no tempo de Cristo?"?
(um dia eu conto)
Pois eis que chega um
livro que conta de modo sério como era de facto a vida no tempo de
Jesus de Nazaré. O mesmo que mais tarde veio a ser conhecido como
Jesus Cristo.
Reza Aslan é um iraniano
que vive desde os 15 anos nos EUA e que se converteu ao cristianismo
desde essa altura. À medida que foi estudando a vida de Jesus, (ele
é historiador) foi percebendo que havia uma distância grande entre
o mito e a realidade. E é isso, precisamente, que ele nos conta
neste livro.
Conhecem a sensação de
nos tentarem atirar areia para os olhos? Pois "O Zelota"
dá-nos a sensação contrária, é um limpar de olhos, um
refrescante esclarecedor de vista.
Não vou fazer um resumo
porque seria retirar o efeito surpresa que tanto me entusiasmou.
Deixo apenas umas pequenas citações:
"O pregador
itinerante que andava de aldeia em aldeia a clamar acerca do fim do
mundo, com um bando de seguidores andrajosos a arrastar-se atrás
dele, era uma visão vulgar no tempo de Jesus - tão vulgar, de
facto, que se tinha tornado uma espécie de caricatura entre a elite
romana."
" O século I foi uma
era de expectativa apocalíptica entre os Judeus da Palestina (...)
Inúmeros profetas erravam
pela Terra Santa a transmitirem mensagens sobre o juízo iminente de
Deus. Sabemos o nome de muitos desses chamados falsos messias. (...)
O profeta Teúdas, (...), tinha quatrocentos discípulos antes de
Roma o ter capturado e lhe ter cortado a cabeça. Uma figura
carismática misteriosa conhecida apenas como " o Egípcio"
reuniu um exército de seguidores no deserto, quase todos massacrados
por tropas romanas. Em 4 A.E.C., o ano em que a maioria dos
estudiosos acredita que Jesus de Nazaré nasceu, um pastor pobre
chamado Atronges pôs um diadema na cabeça e coroou-se a si mesmo
"Rei dos Judeus"; ele e os seus seguidores foram
brutalmente mortos por uma legião de soldados. Outro aspirante
messiânico chamado simplesmente "o Samaritano", foi
crucificado por Pôncio Pilatos ainda que não tivesse reunido
qualquer exército nem desafiado Roma, fosse de que modo fosse -
indício de que as autoridades, sentido no ar a febre apocalíptica,
se tinham tornado extremamente sensíveis a qualquer sinal de
sedição. Havia Ezequias, o chefe dos bandidos, Simão de Pereia,
Judas o Galileu , o seu neto Menaem, Simão filho de Giora, e
Simão filho de Kokba - que declararam todos, ambições messiânicas
e que foram todos mortos por Roma em virtude disso. Junte-se a esta
lista a seita dos Essénios, (...) o grupo revolucionário judaico do
século I conhecido como Zelotas que ajudou a lançar uma guerra
sangrenta contra Roma; e os temíveis assassionos-bandidos que os
Romanos apelidaram de Sicários (os Homens da Adaga), e a imagem que
emerge da Palestina do século I é dum tempo carregado de energia
messiânica."
Querem saber o que fez a
diferença na hsitória de Jesus de Nazaré, apesar de ter sido morto
pelos romanos, tal como os outros todos? Leiam o livro, que Reza
explica. E que escrita entusiasmante que ele tem, meu Deus.
Não comento porque não conheço o livro, mas numa extrapolação livre e transportada para os dias de hoje, ocorre-me dizer que, afinal, Roma paga a traidores.
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