quarta-feira, 30 de setembro de 2015

O ZELOTA




Lembram-se daquela anedota que começa assim: " sabem como era aquilo no tempo de Cristo?"?
(um dia eu conto)
Pois eis que chega um livro que conta de modo sério como era de facto a vida no tempo de Jesus de Nazaré. O mesmo que mais tarde veio a ser conhecido como Jesus Cristo.
Reza Aslan é um iraniano que vive desde os 15 anos nos EUA e que se converteu ao cristianismo desde essa altura. À medida que foi estudando a vida de Jesus, (ele é historiador) foi percebendo que havia uma distância grande entre o mito e a realidade. E é isso, precisamente, que ele nos conta neste livro.
Conhecem a sensação de nos tentarem atirar areia para os olhos? Pois "O Zelota" dá-nos a sensação contrária, é um limpar de olhos, um refrescante esclarecedor de vista.
Não vou fazer um resumo porque seria retirar o efeito surpresa que tanto me entusiasmou. Deixo apenas umas pequenas citações:


"O pregador itinerante que andava de aldeia em aldeia a clamar acerca do fim do mundo, com um bando de seguidores andrajosos a arrastar-se atrás dele, era uma visão vulgar no tempo de Jesus - tão vulgar, de facto, que se tinha tornado uma espécie de caricatura entre a elite romana."


" O século I foi uma era de expectativa apocalíptica entre os Judeus da Palestina (...)
Inúmeros profetas erravam pela Terra Santa a transmitirem mensagens sobre o juízo iminente de Deus. Sabemos o nome de muitos desses chamados falsos messias. (...) O profeta Teúdas, (...), tinha quatrocentos discípulos antes de Roma o ter capturado e lhe ter cortado a cabeça. Uma figura carismática misteriosa conhecida apenas como " o Egípcio" reuniu um exército de seguidores no deserto, quase todos massacrados por tropas romanas. Em 4 A.E.C., o ano em que a maioria dos estudiosos acredita que Jesus de Nazaré nasceu, um pastor pobre chamado Atronges pôs um diadema na cabeça e coroou-se a si mesmo "Rei dos Judeus"; ele e os seus seguidores foram brutalmente mortos por uma legião de soldados. Outro aspirante messiânico chamado simplesmente "o Samaritano", foi crucificado por Pôncio Pilatos ainda que não tivesse reunido qualquer exército nem desafiado Roma, fosse de que modo fosse - indício de que as autoridades, sentido no ar a febre apocalíptica, se tinham tornado extremamente sensíveis a qualquer sinal de sedição. Havia Ezequias, o chefe dos bandidos, Simão de Pereia, Judas o Galileu , o seu neto Menaem, Simão filho de Giora, e Simão filho de Kokba - que declararam todos, ambições messiânicas e que foram todos mortos por Roma em virtude disso. Junte-se a esta lista a seita dos Essénios, (...) o grupo revolucionário judaico do século I conhecido como Zelotas que ajudou a lançar uma guerra sangrenta contra Roma; e os temíveis assassionos-bandidos que os Romanos apelidaram de Sicários (os Homens da Adaga), e a imagem que emerge da Palestina do século I é dum tempo carregado de energia messiânica."


Querem saber o que fez a diferença na hsitória de Jesus de Nazaré, apesar de ter sido morto pelos romanos, tal como os outros todos? Leiam o livro, que Reza explica. E que escrita entusiasmante que ele tem, meu Deus.







1 comentário:

  1. Não comento porque não conheço o livro, mas numa extrapolação livre e transportada para os dias de hoje, ocorre-me dizer que, afinal, Roma paga a traidores.

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