Quando entrares em casa
com a luz do alpendre apagada
cuidado não tropeces no cadáver
não escorregues na poça de sangue coalhado
pesa-me um pouco o
rigor mortis
das pernas, vou desvia-las
(o tapete está mesmo aqui em baixo)
para que possas limpar os detritos
da sola dos sapatos
colados agora ao meu defunto nariz
sobe as escadas descansado
dorme o belo sono dos justos
que os mortos não se humilham
não se deixam humilhar
os mortos não dormem
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