"A maior jornada
é a que se faz
percorrendo a distância
entre duas pessoas"
A história começa no instante
em que o segundo nome decide
(por razões ainda indecifráveis)
iniciar a jornada.
Esta antecipação deixa
incubando um contágio
(um beijo de meio segundo)
na boca
do primeiro nome.
Partidas desencontradas
costumam recuperar simetria
no repouso dos nomes.
Abreviam-se desequilíbrios
por crescimento de um desejo.
No que diz respeito
aos nomes
a bondade é uma esgrima
que dá razão à fé
na mobilidade das flores
mais sensíveis.
Assim surgiu um balanço
entre dois extremos
que ora se tocam
oram se afastam
e não se tomam de fastio.
Por isso me atrevo a dizer
que liberdade é
totalmente feminina
quando há um oráculo a corrigir
significados,
a fechar represas
tentando conter incêndios
deflagrados,
a arquitetar obras
remendando
desmoronamentos.
Porque a esgrima
é uma força que apenas avança
(até nos seus recuos teremos de adivinhar
intervalos)
e que nem mesmo pela raiz da cólera
poderá ser travada.
O que dizer da distância entre dois nomes?
Quando o enredo
se enterra num livro,
filme, música ou poema
nada se declara.
Quando a viagem
for mera metáfora
responde
apenas a uma pergunta
que se crê primordial.
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