sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Pavlov



Lembro-me de desenhares a constelação do cocheiro com a canadiana erguida sobre os pontinhos brilhantes.
Ensinavas-me a jogar xadrez e eu ficava a pontos de perceber o que era um homem, contente por tudo o que ia aprendendo com as tuas mãos grossas e com a tua voz grave.
O som que os teus passos faziam era a minha música preferida e até hoje esse tique-tique metálico é a minha campainha da Pavlov. Seja quem for que venha a passar dou por mim a sorrir no segundo que antecipa a percepção de que não és tu.

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