sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Nevermind


Pedro Almodovar, La piel que habito



Esquece lá isso,
o meu corpo foi uma palavra,
soletro.
Não, esquece,
o Sol foi uma grande palavra,
a música era composta por pequenas palavras,
foram só palavras,
passo.
Bebo,
o whisky é uma palavra que pica
na garganta, a tristeza
é uma palavra, lágrimas
são palavras, caem e
aqueço.
As luzes são só palavras,
os lábios moelas
de areia digerindo
pontos negros,
buracos negros,
enxames de palavras.
Esquece tudo,
os cálculos de palavras alucinadas,
a fraca alternativa desviante
aos teus silêncios envenenados.

Sem comentários:

Enviar um comentário