Odalisca, Mariano Fortuny |
Devia passar mais creme nas pernas,
massajar os cotovelos todas as manhãs,
escovar o cabelo contando até cem,
experimentar mais vestidos antes de sair.
Devia aconchegar os seios com as mãos
olhando-me ao espelho antes de dormir,
oferecer o tacto à pele mais escondida,
demorar-me onde a tensão me chama.
Porque o corpo é o único inocente.
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