O Tempo é um mar.
A onda vem e leva
os olhos, vai cuspir
(velha serpente)
um par de óculos.
Vai engolindo os ossos
como uma praia de areia
a derreter
(derrota de água).
Dão à costa
despojos nocturnos,
bengalas, dentes falsos,
andarilhos, algálias,
bailado trôpego
do nosso naufrágio obrigatório.