quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018
Poema Suiço
Um poema versátil
resistente um canivete
suiço em aço
seguro luz
na dupla face
ferramenta ideal
amuleto de exércitos
ou singulares
aventureiros
decorativo icónico
quando original
Um poema incisivo
punhalada ao centro
para entrar o ar
se uma bala engasga
a garganta
a boa intenção
toda gente aguenta
depois de fervura
chuva de canivetes
é brinde de cirurgiões
amuleto
luz na dupla face
Um poema penetrante
abre vinhos
salva-vidas relíquia
de família ajudando
nos partos das jumentas
parte o vidro
de emergência
para a fuga
lâmina grande
lâmina pequena
luz na dupla face
mil funções contra
fome e sede
amuleto
dos pés as farpas
sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018
ouvido (in)terno
horse-whisper, phippen.k |
a distância é combustível
nas galés do martelo
sussurram-se nos ossículos
das depravadas miúdas
todo um discurso interno
em prantos de convicção dúbia
havendo uma propensão especial
para o vício
o som que acicata o bicho
o tiro esconso do cavalo
é perigo de queda iminente
sempre há quem pratique a carne
a bigorna vai retorcida
quando a distância é combustível
a espora é um estribo esquerdo
elevado à sétima potência do animal
impulso corrupto para domesticação
nas competições de lida
espreito de esguelha ao postigo
distingo o frapê e a potagem
os dois a dessedentar
em braço de ferro e prata
durante o adestramento
obedece-se ao comando
do cavaleiro
por perigo de queda iminente
medo que o animal empine
ou dispare veloz
num galope
quando a distância é combustível
para quem pratica a carne
o corpo é combustão
e a queda iminente
domingo, 4 de fevereiro de 2018
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