chego a ver
subindo as escadas
esse leite iluminado
fruto do olho cego
veneno agonizador
as minhas mãos
desirmanadas tomando-o
obedientes
duas cabeças
de cabra
sem mancha
oferta queimada
de cheiro suave
ao senhor
as mãos
como pés que marcham
vão à boca
obstinada
beber o mal
para alcançar o bem
ser doce cúmplice
é cumprir no silêncio
a expiação da culpa
e tudo aceito
por tua vontade
como se também eu
acreditasse
adeus