Era o
bolo da minha avó,
um mito,
um misto
de memória nostálgica,
tradição,
bomba
calórica
(quatrocentos
grama de açúcar).
Pede
cinco (um número invulgar de)
ovos.
A farinha
foge à regra (do trigo),
o perigo
está no lume
que
queimará em exagero
se for
alto.
A
manteiga dança em proporção
elegante
com o cereal:
cento e
vinte cinco grama de uma
com mais
uma dezena do outro.
O segredo
vai todo
para a
protecção da forma
direita e
lisa,
barrada
com margarina.
Demanda
também uma folha
de papel
vegetal que
se quer
untada
ainda
generosamente,
tarefa
que sem carinho
não
alcançará o objectivo.
Nos casos
de sucesso
é uma
delícia que se come húmida
(pelo
menos) na parte de baixo.