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Gravura de Albin Brunovsky |
o céu sitiado de estrelas
ao comando
uma lua complacente
demissionária
atada
ao mastro fervoroso
a feiticeira inédita
vai ouvindo o crepitar
do fogo preso
horizonte crescente
de um mistério tentacular
promontório lambendo
cada perna devagar
subindo derretendo
a pele obstinada
amolecendo ilíacos
dilatando frestas
ascendente domínio
açulando dentes e língua
o coração arranca
num galope vertiginoso
o corpo avança
perdendo-se
no vicioso círculo
amálgama de aço e forças
no final a cinza
que se há-de aspirar
e engolir inteira
antes do grito da carne
a feiticeira inédita
há-de aprender
a reter o fôlego
nova respiração
porque
o fogo também tem marés
se chamas
será preciso urgir
e atravessar esse
mar de ferro
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